Johann Philipp Reis nasceu em Gelnhausen, uma pequena cidade na Alemanha, no ano de 1834. Órfão de pai e de mãe, ele foi criado por sua avó que matriculo-o em um instituto bem conceituado, mas a sua inteligência foi notada por um professor local, que incentivou sua tutora a seguir com os estudos de Reis em outra escola. Reis passava muito tempo na biblioteca de sua escola lendo sobre tudo o que encontrava sobre as matérias que mais gostava, geografia, matemática, física e idiomas. Ele aprendeu a falar francês, inglês, italiano e latim. Seu interesse pela ciência começou a aflorar-se, mas isso não pagaria suas contas. Durante um tempo ele foi professor, onde descobriu que gostava de ensinar, nesse tempo ele também juntou-se a Sociedade de Física de Frankfurt.
“On a radiação de Energia Elétrica”, seu primeiro trabalho, foi submetido em 1958, à revista Der Annalen PhysiK, onde foi rejeitado, sendo um golpe duro para Reis.
Reis, então, voltou a sua atenção de um aparelho que pudesse transmitir som através da eletricidade.
Em 1861, Reis fez uma apresentação de seu aparelho diante da sociedade alemã, onde foi possível ouvir um profissional cantar uma música, estando a 100 metros de distância, mas só foi possível reconhecer a sequencia dos sons musicais, não era possível definir as palavras.
Depois de algum tempo, as tentativas de Reis começaram a produzir efeitos significativos e as primeiras palavras que saíram de seu aparelho foram “das pferd frisst keinen gurkensalat" ou “o cavalo não come salada de pepino”. Reis chamou esse aparelho de Telephon, o primeiro nome que apareceu em conexão com a transmissão de som elétrica. Seu aparelho foi baseado na teoria de Charles M. Bourseil (um telegrafista francês). A diferença era que, ao invés de enviar sinais, batendo com os dedos em um interruptor, era a voz que fazia o aparelho funcionar, e mais, a frequência do som que saia do aparelho transmissor tinha a mesma frequência do som ouvido no aparelho receptor.
Reis acreditou em sua invenção, mesmo quando ninguém mais o fazia. Certa vez Reis foi convidado a emitir uma descrição de sua invenção no Annalen (anuário), mas a resposta de Reis foi “obrigado muito muito, professor, mas está demasiado atrasado. Eu não o emitirei agora. Meu instrumento tornar-se-á sabido sem nenhuma escrita no Annalen”.
Mais tarde, Reis dedicou-se somente ao estudo da ciência, mas sua saúde era um obstáculo, e no dia 14 de janeiro em 1874, após uma doença longa e dolorosa ele faleceu.
Reis foi enterrado no cemitério de Friedrichsdorff, e quatro anos após a sua morte, depois da introdução do telefone falador, os membros da sociedade física de Frankfurt ergueram um obelisco de arenito vermelho que carrega um retrato medalhão sobre sua sepultura.
Por Roberto Benelli